O Futuro do Mercado Imobiliário: Reconfigurando Espaços e Rotinas
Nos tempos atuais, vivenciamos uma transformação significativa no ambiente de trabalho, com a popularização do home office. Este novo modelo foi acolhido com entusiasmo por alguns, porém enfrentou resistência de outros. Contudo, revelou a possibilidade de conciliar residência e atividade profissional no mesmo local. Por outro lado, essa mudança acarreta a necessidade de espaços mais amplos, conforme apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população brasileira duplicou nos últimos 50 anos, demandando ambientes adaptados para ambas as funções.
Os grandes centros urbanos, outrora exclusivamente comerciais e constantemente superlotados, enfrentam um dilema: será o home office a solução para descongestionar essas áreas corporativas? E o destino dos imóveis existentes, estarão eles fadados ao abandono?
Descentralização e Reaproveitamento de Espaços
Aos 18 anos, Joana residia no bairro Santa Cruz, na periferia do Rio de Janeiro, e trabalhava em uma agencia de telemarketing situada no centro da cidade. Encarava diariamente um percurso de 70 km, enfrentando congestionamentos exaustivos que consumiam seis valiosas horas do seu dia. Durante essa jornada, dentro de um ônibus repleto de trabalhadores que também enfrentavam longas viagens até seus empregos, questionava-se sobre a ausência de empreendimentos corporativos naquela região. Por que as empresas limitavam-se ao centro do Rio de Janeiro? Essa concentração não acarretava apenas problemas logísticos, como também gerava insegurança nos dias menos movimentados.
Atualmente, apenas uma pequena parcela da população possui estrutura adequada para o home office. Acesso a uma boa conexão de internet, espaços ergonômicos e amplos são requisitos essenciais para minimizar interferências das atividades cotidianas dos demais moradores. A pandemia nos ensinou que os ambientes de trabalho devem ser menos densos e que a falta de interação pode afetar a produtividade.
Novos Cenários e Oportunidades Emergentes
Em uma primeira fase, antevê-se um período desafiador para o comércio nos grandes centros urbanos. No entanto, surge a possibilidade de criação de novos espaços de coworking até então não considerados. Regiões pouco exploradas podem abrigar esses locais, impulsionando atividades comerciais locais. Paralelamente, os centros urbanos consolidados poderão se revitalizar ao transformar-se em áreas residenciais e comerciais, dinamizando o ambiente inclusive nos fins de semana.
O benefício é coletivo: empresas com aluguéis mais acessíveis, trabalhadores com redução de deslocamento, revitalização dos antigos centros urbanos e um impulso na economia através de maior produtividade.
Este texto aborda o tema “O futuro do mercado imobiliário”, onde a transformação dos espaços corporativos e a adoção do home office são peças-chave na reconfiguração dos centros urbanos e na adaptação das rotinas profissionais.